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Ações de prevenção da SES ajudam no Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes

No dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES), através do Serviço de Atenção às Pessoas em Situação de Violência, da Gerência de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente e da Gerência Técnica de Doenças e Agravos  Não Transmissíveis, convidam a população para reflexão e alerta sobre esse crime que necessita de engajamento de toda a sociedade e de instituições para o fortalecimento de denúncias e oferecimento de suporte psicossocial às vítimas, que infelizmente, levam esta marca até a fase adulta.

Para o secretário de Estado de Saúde, Flávio Britto, o ano de 2022 representa o ‘ano em que voltamos às ruas’ devido à redução de casos proveniente da pandemia da Covid-19. “Durante o período da pandemia, permanecemos mais de dois anos em casa buscando a proteção contra o Coronavírus. Mas infelizmente, para outros, principalmente nossas crianças e adolescentes, a casa que deveria ser um abrigo inviolável, pode ter se tornado um meio facilitador para que elas ficassem vulneráveis aos abusos e exploração sexual, por parte daqueles que deveriam protegê-las”.

A socióloga da SES, Jadir Dantas, destaca que o retorno das crianças e adolescentes às aulas presenciais representa uma forma deles pedirem ajuda a comunidade escolar. “Por isso, é importante que professores e outros adultos com quem eles convivam durante o período de atividades escolares, fiquem atentos ao que eles dizem, principalmente, aos que demonstram sem que na maioria das vezes, consigam verbalizar às agressões”.

Levantamento realizado pela SES, com base no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), a série histórica referente aos últimos 10 anos (2011 a 2021), do quantitativo de casos notificados foram registrados 94.087 pessoas atendidas nos serviços de saúde, deste total, 37.522 foram casos de crianças e adolescentes, o que corresponde a quase 40% do total de casos notificados no Estado.

A gerente da Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da SES, Aneth da Silva Benites Lino, ressalta que esse tipo de violência, também acaba sendo subnotificado pelos serviços de saúde. “Por ser de difícil detecção em razão da dificuldade de a vítima relatar e até mesmo dos profissionais em reconhecer a violência sofrida, e por isso, muitos casos podem estar subnotificados. Por isso, o profissional de saúde, sobretudo os médicos, apresentam um papel importante no acolhimento e atendimento, visando identificar sinais e sintomas que possam ser indicativos de que crianças e adolescentes podem estar sofrendo abuso sexual”.

Atento a esta questão, a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, através da Gerência Técnica de Doenças e Agravos não Transmissíveis da SES, Núcleo de Prevenção de Violência da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande e a Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul promovem nos dias 23 e 24 de junho, no Hotel Vale Verde, em Campo Grande, capacitação voltada a médicos sobre o acolhimento, atendimento, notificação e seguimento dos casos de violência sexual ocorridos com crianças e adolescentes. Assim, este profissional poderá aprimorar suas habilidades quanto ao reconhecimento de casos suspeitos de abuso sexual nos serviços de saúde.

DIFERENÇA ENTRE ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL

Assim, a violência sexual contra crianças e adolescentes pode ocorrer de duas formas: pelo abuso e pela exploração sexual.

Abuso Sexual é um ato praticado por uma pessoa independente do sexo, pode ser um homem ou uma mulher, que utiliza a sexualidade de uma criança ou adolescente para a prática de qualquer ato de natureza sexual.

Exploração Sexual é a quando crianças e adolescentes são usados com a intenção de se obter lucro ou benefício de qualquer espécie. Em geral as vítimas são coagidas ou persuadidas por um aliciador, um delinquente sexual que pode ser homem ou mulher, e que consegue atraí-las com falsas promessas, suborno, sedução, ou induzindo-as a se rebelarem contra os pais.

DICAS

Para a população, socióloga da SES, Jadir Dantas, preparou oito dicas que podem identificar possíveis sinais de abuso sexual em crianças e adolescentes. Denúncias podem ser feitas pelos telefones: Disque 100 e 190 (Polícia Militar).

Veja quais são:

1) Mudança de comportamento – se a criança/adolescente nunca agiu de determinada forma e, de repente, passa a agir. A reação também pode ser com uma pessoa em específico;

2) Proximidade excessiva – se a criança desaparece por horas brincando com alguém de mais idade do que ela ou se torna alvo de um interesse incomum. Pais ou responsáveis precisam ter bom senso neste caso e redobrarem atenção;

3) Regressão – recorrer a comportamentos infantis, que a criança já tinha abandonado, mas volta a apresentar de repente. Como: fazer xixi na cama ou voltar a chupar o dedo, ou a chorar sem motivo aparente.

4) Segredos – abusador pode fazer ameaças e promover chantagens às vítimas. É comum também que usem presentes, dinheiro ou outro tipo de benefício material. É preciso explicar para a criança que nenhum adulto ou criança mais velha deve manter segredos com ela que não possam ser compartilhados com adultos de sua confiança, como a mãe ou o pai ou responsável;

5) Hábitos – apresenta alterações de hábito repentinas. Pode ser desde uma mudança na escola, como falta de concentração ou uma recusa a participar de atividades, até mudanças na alimentação e no modo de se vestir;

6) Questões de sexualidade – criança que, por exemplo, nunca falou de sexualidade começa a fazer desenhos em que aparecem genitais, isso pode ser um indicador;

7) Questões físicas – é interessante ficar atento também a possíveis traumatismos físicos, lesões que possam aparecer, roxos ou dores e inchaços nas regiões genitais e gravidez na adolescência;

8) Negligência – o abuso sexual vem acompanhado de outros tipos de maus tratos que a vítima sofre em casa, como a negligência. A criança que passa horas sem supervisão ou que não tem o apoio emocional da família e está em situação de maior vulnerabilidade.

Rodson Lima, SES

Foto: Agência Brasil/Reprodução

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